sexta-feira, novembro 28, 2014

Triste constatação

Trabalhei  mais de 14 anos para uma multinacional, e gigante, japonesa. Trabalho praticamente há 4 anos para uma multinacional norte-americana, ainda maior (mais empregados, representada em mais países e maior volume de negócios). Curiosamente antes disso estagiei numa empresa grande de Portugal (que agora nem sei se é ainda grande ou se é de Portugal).
Esta minha experiência profissional de grandes (e pesadas) empresas já me permitiu tirar umas conclusões engraçadas e fazer uns paralelismos com a chamada Função Pública e Maquina Burocrática dos Estados. Mas não é disso que quero falar.

O que quero dizer é uma triste constatação que tive noutro dia. Mais de 18 anos a trabalhar para gigantes que facturam imenso e apenas 1 vez recebi um bónus ou prémio. Até mesmo presentes pelo Natal foi apenas nos 2 ou 3 primeiros anos.
Eu sei que nem toda a gente recebe, mas também sei que dar prémios monetários ou bónus em certas alturas do ano (ou certos anos) é pratica corrente em muitas empresas, algumas delas até relativamente pequenas. Até nas empresas por onde passei, sempre houve bónus, prémios e presentes. Para mim, e para outros que trabalharam comigo é que não. Mesmo que ultrapassássemos os objectivos...

E curiosamente a única vez que recebi, e outros colegas do mesmo departamento, um prémio foi pelas razões erradas: tinham despedido metade da malta e acharam bem dar um amuse-bouche aos "desgraçados" que ficaram.
Até na IBM, onde sendo um trabalhador externo é normal que fique de fora de prémios anuais, só no meu primeiro ano, e quando trabalhava há pouco mais de 2 semanas, é que tivemos um jantar de Natal oferecido pela empresa.
É caso para dizer que o tempo das vacas gordas nunca é o meu...

Curiosidade 1: consegui encontrar na net a imagem com o logo das 2 empresas, não precisei de fazer uma de propósito.
Curiosidade 2: As 2 empresas onde trabalhei, para além de multinacionais, têm um nome que é uma sigla de 3 letras, a cor é azul e usam uma fonte própria para escrever o mesmo.
Curiosidade 3: O sítio onde estagiei, apesar de agora ser PT Inovação, chamava-se na altura CET (outra sigla de 3 letras) e a cor das letras era ... o azul, claro está!

quarta-feira, novembro 26, 2014

Rapidinha da manhã - II

Costuma-se dizer que não se pode agradar a Gregos e Troianos e é verdade, é tarefa muito complicada de se fazer. Mas torna-se mesmo tarefa impossível quando de repente os Gregos viram Troianos e vice-versa, só porque mudou o lado de onde sopra o vento.

segunda-feira, novembro 24, 2014

Dias agitados, ou animados

Escrevo isto enquanto espero pelo anúncio que todos os media em Portugal devem estar com o pito aos saltos, desde há mais de 2 horas. Se calhar quando chegar ao fim deste texto, que já estava destinado ao tema uma vez que escrevi antes um rascunho, já se sabe onde passará a noite o ex-PM. Porreiro, pá.

Prossigamos então:
Na quarta não tinha assunto para escrever, então fiz uma dissertação fraquita sobre um banco que não de jardim, e não é o que foi do Jardim, e agora aconteceram várias coisas e arranjei diversos temas para escrever, cronicar e dissertar.
O primeiro foi logo na quinta, em que um colega meu explicava porque tinha deixado de tomar café. A minha resposta imediata a ele "então mas porque não tomar café porque se gosta do sabor?" despoletou logo um processo de expansão deste tema. Portanto a ver se disserto mesmo em redor desta pergunta: gostar não é razão suficiente para se tomar, ou fazer, algo?

Depois veio o fim-de-semana e para além de ter os meus pais aqui, que tornam sempre os dias diferentes e deixam o miúdo mais animado e agitado, disputou-se o último Grande Prémio de Formula 1 desta época. O final da época foi recheado de notícias e acontecimentos, uns bons, outros engraçados e alguns maus e feios. Mas lá tivemos mais uma vez, como em anos recentes, o campeonato decidido na ultima prova, apesar de não ter havido surpresa e ter ganho o piloto que mais ganhou e mais merecia.
A F1 merece também uma analise mais profunda com a minha visão da coisa.

Até o tempo, a meteorologia, tem andado animado, alternando entre dias de sol e dias encobertos. O frio parece que veio para ficar mas ainda não chegamos a temperaturas negativas (pelo menos que eu tenha experimentado). Há 4 anos quando aqui aterrei pela primeira vez andei à neve e com temperaturas na casa dos -10°C (e sensação térmica de -17°C). Nunca mais apanhamos aqui tanto frio, e duvido que seja este ano que se repita algo do género. Mas com a volatilidade climática que temos tido, já espero de tudo.

Outra agitação que houve aqui em casa foi a minha tentativa de me tornar no BaKaMo (BaKano + Movember) mas não passou disso. Até planeei a coisa atempadamente, com o design do bigode já estudado e decidido. Mas a minha barba, que até cresce relativamente depressa, não tem volume que chegue. E não adianta esperar muito porque ao fim de 3 semanas está quase igual às 2 semanas. Quando cortei a barba e deixei o bigode original, tinha um aspecto cómico-trágico. Estava para ir tirar foto, mas recebi logo ameaças de morte, tão sérias e em tom tão grave que nem tive tempo. Fiz uma segunda tentativa, com um bigode mais convencional mas aí o aspecto passou a ser mais estúpido, e as ameaças subiram de tom
Portanto nem uma foto tirei para meter na net e simular que também fazia parte do movimento. É que na realidade eu falo, falo, falo e critico as tendências, mas no fundo só quero ser como os outros todos.

Chegamos então à detenção do Sócrates. 1 hora e meia depois de ter ido ver as notícias ainda os sites dos media anunciam o directo, mas ainda não sei o que lhe vai acontecer.
O que sei é que isto é uma coisa nunca vista em Portugal, por ser quem foi, ou seja, por ser um ex-Primeiro Ministro. É a primeira vez que se detêm uma figura tão alta, mas parece ser um sinal dos últimos tempos, pois apesar da nossa justiça ser uma merda, o juiz Carlos Alexandre tem remado contra a maré e movido processos contra pessoas poderosas.
Muitos deles, assim como este do Sócrates, pode não dar em nada assim que transitarem para instâncias superiores, como tem acontecido já, pois foi Carlos Alexandre que também deteve inicialmente Isaltino Morais, mas outros juízes mais tarde meteram-no cá fora. Destino semelhante deverá ter José Sócrates, isto se chegar mesmo a passar algum tempo na cadeia, pois para já tem apenas passado noites numa esquadra da PSP.
No entanto, se voltar a acontecer isto, assim como aos outros casos recentes como do BES e dos vistos gold, a justiça só vai cair na desgraça total. Primeiro porque faz um grande espectáculo com detenções iniciais para interrogatório e segundo porque nunca realmente prende ninguém. Vai se tornar uma chacota, maior do que já é.
Deixa lá ver se já temos medidas de coação...
E já temos sim, vai mesmo ficar preso, preventivamente obviamente. Como disse um gajo qualquer, esta malta de Mação não perdoa...
Posso assim terminar com a pergunta que tinha escrito em rascunho: Agora que vai ser um preso, será que o Sócrates ainda vai a tempo de participar no Movember?

quarta-feira, novembro 19, 2014

O banco é caro e está cheio, mas serve para pouco

Tem gente que gosta de comprar um peça de mobiliário que é mais uma peça de arte do que algo para ser realmente usado. É um artigo de decoração. E existem bancos assim, todos pintarolas e estranhos, caros como tudo, mas na prática para pouco ou nada servem.

E o Banco de Portugal é assim, como uma peça de arte, sobretudo desde que estamos na Zona Euro, onde a maioria das funções, como a Política Monetária e e Estabilidade Financeira, são agora geridas pelo BCE.
Ao BdP cabe ainda uma função muito importante, se calhar aquela que é mais relevante nos dias de hoje para os portugueses, a da Supervisão.
Mas a esse nível nota-se que algo não está bem (ou nunca esteve) com o BdP.

Não li a Lei Orgânica, mas o site do Banco diz que:
O Banco de Portugal exerce a função de supervisão – prudencial e comportamental – das instituições de crédito, das sociedades financeiras e das instituições de pagamento, tendo em vista assegurar a estabilidade, eficiência e solidez do sistema financeiro, o cumprimento de regras de conduta e de prestação de informação aos clientes bancários, bem como garantir a segurança dos depósitos e dos depositantes e a protecção dos interesses dos clientes.

Depois de não saberem de nada da situação e problemas do BPN, veio a derrocada do BES que pelos vistos também ocorreu em apenas 3 semanas em que para o BdP estaria tudo bem e também não podiam "adivinhar" o que ia acontecer. E nem sequer falo de outros casos manhosos com bancos, como o BCP e o Totta (onde a actuação do BdP também foi questionada).
Pergunto-me então (e já não é de agora) o que raio andam lá a fazer aqueles gajos todos, que não devem ser tão poucos quanto isso, pois pela imagem a sede parece ser bem grande e ainda tem agências espalhadas pelo país mais as delegações regionais.


Tal como os bancos artísticos, o BdP parece ser uma coisa cara demais para a função que tem.
Será que serve de pouco mais que arranjar tachos e reformas a figuras conhecidas ligadas sobretudo à vida política, como o nosso Presidente que também é reformado deste Banco?

Muitas vezes se questiona a perda de soberania dos nossos órgãos mas este é um daqueles que acho que não se perdia nada se simplesmente desaparecesse. É que quase nem precisamos que outra entidade substitua as suas funções, pois pelos vistos estes gajos não conseguem fazer nada nos últimos anos e a vida tem continuado, com mais ou menos vicissitudes.

Nota: decidi escrever isto hoje (ontem) porque li mais uma notícia em que o Governador do BdP teria dito que estava tudo bem dias antes do colapso e o BdP não tinha formas de saber. Apareceu-me no Google News de manhã e depois já não a consegui encontrar, mas julgo que o que escrevi acima não está muito longe da verdade.

terça-feira, novembro 18, 2014

Zwarte Piet e suor de preto

Hoje (ou ontem, vá) debateu-se ao almoço o Zwarte Piet. Já falei dele há quase 3 anos mas este ano há uma grande polémica em redor desta figura, como podem ver pela imagem ao lado (que aborda o tema e não é necessariamente a minha opinião da coisa).
Tal como uma colega holandês, que se mostrou bastante indignado pelas queixas, também me pergunto do porquê agora a discussão ter chegado a nível nacional e não antes.

Bem, adiante, o que realmente acho estranho nisto tudo é a justificação que alguns sectores querem dar a esta figura. Como querem desviar do tema racismo, dizem que o Zwarte Piet é preto por causa de passar pelas chaminés para distribuir presentes. Pelos vistos as autoridades de Amesterdão pensaram este ano em mudar a tradicional pintura para parecer menos um gajo preto e mais um gajo sujo de preto. E para mim é precisamente esta tentativa de inocentar a coisa que mostra que afinal é mesmo sobre o racismo. É que o Zwarte Piet não está só pintado de preto; tem cabelo encaracolado (estilo carapinha) e os lábios bem realçados. É sem dúvida uma caricatura de um individuo preto, tal como o Blackface (também usada por brancos) era na América do século 19.

E a minha pergunta é, porque é que o Zwarte Piet não é assumidamente um gajo de raça negra? Uma das teorias é que ele era um escravo da Etiópia que o São Nicolau (a base do Sinterklaas) libertou e empregou como ajudante, ou um mouro que estava em Espanha e que decidiu seguir o São Nicolau (presumo que por se ter convertido). E mesmo sendo um mouro podia ser um preto, pois também num filme do Robin Hood ele é ajudado por um mouro que estava preso com ele em Jerusalém e esse mouro era interpretado pelo Morgan Freeman...

Mas durante o debate, disseram que o problema era porque o Zwarte Piet era representado como um escravo e isso é errado. Como eu disse, eu não sabia dessa parte da história, mas a bem da verdade, a Europa teve muitos escravos e sendo isto baseado em tempos antigos, também faz sentido. Não devemos reescrever a história e se ele era mesmo escravo, pois que se admita que sim, mas realmente nas canções e histórias infantis, não se faça grande caso disso.
Mas curiosamente, muitos holandeses parecem não perceber que o problema de muita gente (não nativos) é que o Zwarte Piet é uma representação cómica de um negro, quase nunca interpretado por um verdadeiro negro e é isso que ofende algumas pessoas. Justificarem-se que é um gajo sujo das chaminés é uma prova que eles sabem que é um pouco, para não dizer de todo, racista.
Tal como usarem um termo que ouvi hoje pela primeira vez: Nigger Sweat, ou seja, Suor de Preto, que é um nome que pelos vistos davam ao café (eu acho que só podia ser usado por quem não gosta, porque independentemente de ser de preto, branco ou amarelo, uma bebida que é comparada a suor só pode ser fraca).
O gajo que estava indignado com a polémica também parecia chateado de não se poder dizer nigger sweat nos dias de hoje. Acho que ele tem graves problemas em topar discriminação, como racismo e xenofobia, sobretudo nele próprio.

E na realidade eu também um pouco. Porque para mim a revolta de algumas pessoas com o Zwarte Piet é um pouco exagerada. Sim, é uma representação estúpida de um preto, e pode ser ofensiva para os mesmos, mas também não acho que os putos ficam todos racistas só porque estão habituados a esta tradição.
Mas entendo e compreendo que se existem grupos que manifestam o seu desagrado, tem de haver discussão publica sobre o tema, de forma a chegar-se a um consenso e se minimize as ofensas.
Mas enquanto pensava nisto reparei que muitas vezes considero exageradas as opiniões das ditas minorias sobre problemas raciais ou xenofobia, ou outro tipo de descriminação.
Como para mim as diferenças (raça, etnia, orientação sexual) são só uma curiosidade, custa-me a perceber a extensão da discriminação. Mas eu, tirando o facto de ser estrangeiro e imigrante aqui, estou quase sempre do lado do ofensor, ou seja faço parto de grupo social que discrimina. E isso será um dos maiores problemas que existe na nossa sociedade, nós pensarmos que não há problema.
Fazer uma caricatura de um preto não tem mal porque é tradição e feito a brincar.
Mandar piropos e bocas a gajas desconhecidas não tem mal porque não estamos a ofender ninguém e é apenas comportamento normal.
Chamar todos os jovens marroquinos delinquentes não está errado porque temos a estatística do nosso lado.
Tal como no caso do Zwarte Piet, provavelmente a maior indignação das ditas minorias é porque a dita maioria, nós os brancos europeus, nega que tem comportamentos discriminatórios, e como não fazemos nada de mal, não gostamos das queixas.

Temos de ser como a malta do filme que acabei de ver. Ele era gente azul, rosa, verde, amarela, um racoon e até uma árvore, todos juntos e em harmonia aos tiros e à porrada.

sexta-feira, novembro 14, 2014

Foram 700 (e souberam a pouco)

Eu gosto de anime e manga japoneses. Os anime têm a vantagem de ser mais fácil de acompanhar e dar mais acção mas por outro lado às vezes enchem chouriço e mudam certas coisas em relação à história original. As manga são mais puras e fieis ao seu criador mas para mim obrigam a ler versões traduzidas.

Ao contrário do Dragon Ball que conheci primeiro em versão francesa e depois em versão portuguesa (que julgo ser baseada na francesa e não na original japonesa), o Naruto foi um anime que comecei a ver em versão original. Eu adoro ouvir gente a falar japonês e então nos anime tem aquele exagero de expressões e sons que tornam a coisa bem mais divertida.
O Naruto parecia-me ser um anime um pouco ao estilo do Dragon Ball, com lutas e cenas cómicas. Do anime (que não vi desde o início) passei para a manga (traduzida em inglês) como forma de acompanhar a história e escapar aos inúmeros fillers (tramas intermédios que adicionam para encher chouriço e sobretudo garantir que o anime não apanhe a história actual da manga).
E assim na semana passada li o capitulo 700, o ultimo desta saga. A imagem ali no canto é da primeira de sempre e da ultima pagina de sempre, um verdadeiro fechar de ciclo.
Curiosamente falta-me esperar por um filme que vão fazer, que é considerado o capítulo 699,5 e que tem mão do criador e terá uma aventura que acontece cronologicamente entre o 699 e o 700.

E agora vou ter que arranjar outra aventura qualquer japonesa para seguir. Se calhar é altura de ir reler Akira (baseado no filme que é das melhores coisas já feitas) que já não me lembro se cheguei a acabar.

E só para que fique claro, pretendo que o meu filho (e os próximos que venham) veja todos os filmes do Miyazaki e veja anime de topo como Neon Genesis Evangelion, Cowboy BeBop, Ghost in the Shell e Initial-D... E Dragon Ball, se eu conseguir sacar (novamente) todos os episódios, mas esse será a versão portuguesa, pois claro...

sexta-feira, novembro 07, 2014

E lá morreu um dos malucos

Pois de acordo com os órgãos de comunicação social, tivemos a morte de um dos (poucos, felizmente) tugas que foram objecto duma espécie de lavagem cerebral e andavam a combater pelo ISIS. Chamam-no jihadista e pelos vistos era o "famoso" Sandro, aquele de quem mais detalhes se conheciam. Eu prefiro não chamar jihadista, pois de acordo com lideres da comunidade muçulmana em Portugal, a palavra não tem o significado que é dado pelos próprios malucos do ISIS (ou ISIL) nem pelos media de há muitos anos para cá.

Compreendo que se noticie porque isto é um caso raro e nós os Portugueses já não estamos habituados a isto (tempos houve que éramos um povo beligerante, mas agora nem por isso). Mas nem sequer foi o primeiro a morrer. Em Maio já um tinha morrido. Portanto, porquê dar destaque a isto?
Ainda para mais, tendo o gajo tomado a estúpida decisão de virar extremista com o objectivo de converter pela espada todos os não seguem a mesma bitola, deveria levar apenas com uma nota de rodapé e pouco mais.
Só como referência,em 2013 morreram em Portugal mais de 106000 pessoas. 244 das quais eram bebés com menos de 1 ano! Isto dá em média mais de 290 óbitos por dia no país. São quase 5 bebés com menos de 1 ano a morrer a cada semana. E vamos agora dar destaque à morte de um gajo que virou terrorista? Caguem lá nisso!
E isto escrito por um gajo que usa esta notícia para escrever um post e ainda dar mais relevância ao assunto ao mesmo tempo que se queixa do próprio. Olhem (leiam) para o que eu digo (escrevo) não olhem (leiam) para o que eu faço (escrevo)...

Obviamente para a família e amigos (antes de se passar dos cornos) é um fim triste mas o drama já tinha começado quando ele se tornou extremista (não ele se ter convertido ao Islamismo, isso por si só deveria ser apenas uma questão de fé). E depois ele foi combater. Morre gente em combates, senão não era uma guerra.
Mas tendo em conta o historial recente de fatalidades de portugueses em teatros de operações, nem me admira nada que o gajo tenha morrido num qualquer acidente de viação e não por ter levado uma, ou mais, bala 7,62mm oriunda de uma AK-47 manuseada por um curdo do IPK...

Que aproveite agora as 72 virgens a que tem direito, isto se não foi morto por uma curda porque neste caso acho que ele não tem direito às virgens. Mas nem sei o que é melhor. Se são virgens é porque ou morreram novas demais ou eram tão feias e mal-asadas que ninguém as quis desflorar, por isso até um regressar do "paraíso" ainda estamos para saber se é recompensa ou punição.

Daqui a uns dias vamos ouvir Rui Machete dizer que com a morte do Sandro, só temos agora 0 ou 1 português, sobretudo raparigas, a querer regressar a Portugal.

quinta-feira, novembro 06, 2014

Um (pequeno) exemplo deste ser um país (mais) desenvolvido

Esta manhã tivemos 2 novas experiências, mas em comum apenas uma.
Fomos ate à Câmara do Comércio (Kamer van Koophandel) aqui em Amesterdão. A experiência antes de lá ir já tinha sido boa, ao encontrarmos o formulário em PDF necessário em Inglês e Holandês, e preenchendo as páginas em Inglês, as em Holandês serem automaticamente preenchidas com as mesmas respostas. E depois ao imprimir sermos notificados que só as páginas em Holandês são necessárias (guardar as em Inglês para nossa própria referência) e ainda permitir fazer o download de outro formulário que é necessária (relacionado com os Impostos).

Mas o que curti mesmo foi lá ir. Primeiro porque se estaciona nas traseiras do edifício à borlix, o que é óptimo pois fica no centro onde estacionar na rua custa €5 por hora 24h por dia, 7 dias por semana.
E depois a sala onde se faz o atendimento. A foto do canto (que podem abrir em tamanho maior clicando na mesma) é da sala. Nos só lá vamos com marcação prévia, como é normal aqui na Holanda, mas ao chegar é-nos dado uma senha com um número e temos de esperar. Mas na vez de nos deslocar-mos a um balcão ou guichet ou whatever, quando é a nossa vez, o ecrã apenas aponta para que candeeiro (aqueles candeeiros que se vêm têm números) devemos nos deslocar e o empregado que nos vai atender vai-nos buscar lá.
Antes disso podemos tirar uma bebida quente (café, capuccino, chocolate, chá) na máquina também à borlix (outra coisa relativamente comum aqui na Holanda) e usar computadores para aceder à net.
Mais do que um serviço, parece que vamos para uma reunião de negócios. Mas nem sequer tivemos tempo para tomar o café. A marcação era para as 9:40 mas ainda antes das 9:35 o senhor veio ter connosco, mesmo sem estarmos no meeting point correcto.

Não vou entrar em muitos mais detalhes, apenas posso dizer que ia-mos fazer uma coisa e eles (estava um supervisor, que por acaso passaria bem por um qualquer chefe de secção em Portugal pela postura) disseram que melhor fazer outra, deram-nos o formulário correcto para os Impostos e preencheram-no e no final nem foi precisado fazer nada. Portanto foi tudo à borlix.

Saímos a pensar como seria se fosse em Portugal. Não sabemos mesmo porque nunca lidamos com uma Câmara de Comércio, mas seja como for, não acredito que fosse tudo tão profissional nem tivéssemos a mesma qualidade de ajuda. Se nem quando vamos a um banco (somos clientes) temos um tratamento similar!
Mas foi mais um caso onde nos apercebemos que as coisas aqui nem funcionam tão mal assim, apesar de ser um país extremamente burocrático. Mas se mesmo cidadãos estrangeiros que compreendem mal o holandês e cometem equívocos, conseguem safar-se bem nestes meandros (formulários, impostos, leis) e sem grande complicação, é porque o sistema apesar de assustador à primeira vista, não é um bicho de sete cabeças (como alguns pintam curiosamente).
Isto não quer dizer que isto é uma maravilha e é tudo melhor, longe disso, mas conforme vamos lidando com novos assuntos e com novas entidades, apercebo-me do porquê deste país ser mais desenvolvido e estar melhor do que Portugal.

Sobre as outras 2 novas experiências conto noutro dia, pois tenho de confirmar se a minha foi mesmo real ou um equívoco (o que no caso de ser um equívoco vou ter uma desilusão).

terça-feira, novembro 04, 2014

O mundo vai acabar à cornada, por isso...

Não posso falar por todos, mas posso falar por mim, mais especificamente daquilo que conheço de amigos, familiares e conhecidos.
Dizia um tio meu (já falecido, paz à sua alma) que o mundo ia acabar à cornada e por isso um gajo tinha de arranjar cornos. Esta tirada era muita vez o seu comentário quando nas conversas de Domingo à tarde em família lá se falava de sicrano ou beltrano que andavam a comer fora de casa.

Ao longo dos anos, com aquilo a que assisti, casos que foram acontecendo e mesmo histórias de tempos idos, formei a opinião que existe muita "putaria" neste mundo. E por putaria não quero dizer gajas que são oferecidas e envolvem-se com terceiros, quero dizer gajos e gajas que quase parecem que andam à procura da próxima pinocada com outrem (que não o parceiro).
Muito se fala da infidelidade, mas são tantos os casos que dou por mim a pensar se na realidade não será esse o comportamento normal das pessoas.
Isto é de tudo e é transversal às classes sociais e educação ou formação das pessoas.

De gente rica e famosa é mais que sabido os muitos casos de traição. Nas universidades, em todo o tipo de cursos, há sempre aquele e aquela que metem os cornos à namorada e namorado à força grande.
Em empresas fabris, tem malta que foge para os armazéns para mandar uma rapidinha às escondidas, no meio das caixas, com uma colega que é casada (e depois mais tarde vem o marido armar um banzé na entrada da fábrica).
No meio artístico são muitas as histórias dos amassos nos camarins e dos bacanais em quartos de hotel durante as digressões.
No sector de vendas e negócios é normal os jantares que são de negócios acabarem num clube de strip ou mesmo bordel. Ou então mandarem profissionais do sexo para os hotéis onde estão hospedados os clientes.
Até na agricultura existem histórias de trancadas no meio dos campos de milho ou de encontro a um pinheiro que estragam a roupa obrigando a arranjar desculpas quando se chega a casa.
Ou a senhora casada, que trabalha na farmácia, que tem 2 amigos (também eles em relações) à espera no final do turno e a levam para o meio dos canaviais para experimentar quantas posições conseguem fazer dentro de um Alfa Romeo.
E obviamente a malta que trabalha na construção e viaja por todo o país, e que têm sempre de ir noite sim noite não a um clube qualquer, ou a um apartamento que vem listado nas páginas dos contactos dos jornais, porque um homem trabalha no duro durante o dia e precisar de dar no duro à noite e a mulher ou namorada estão longe.

Enfim, uma pessoa repara que o meu tio é que sabia bem como rolava a febra, e por isso dava esse conselho estranho.
Mas o que realmente fica a bater na minha cabeça é que no universo de conhecidos, apercebemos-nos que existe uma grande percentagem, quase 50%, de pessoas que não são fieis nas suas relações.
Mas por outro lado pensamos que isso são só mesmo conhecidos, que os nossos amigos e colegas, as pessoas com quem nos damos mais frequentemente, são diferentes. Como é habitual em nós seres humanos, supomos que é só com os outros e não connosco (neste caso o connosco engloba o circulo mais próximo de amizades).
Mas será que é mesmo assim? Se pensarmos bem, será que todos os nossos amigos, ou mesmo nós próprios somos assim tão melhores que os outros?
Mais uma vez, não gosto de falar por quem não conheço, mas estatisticamente é impossível. Estatisticamente temos de ter gente próxima que é precisamente como os outros, e se mete ou gosta da putaria (rever o meu conceito deste termo ali em cima).
E ao pensarmos bem, vemos que afinal somos todos iguais. Também temos alguém que é muito amigo ou amiga, mas que gosta de "mijar fora do penico". Conheceremos também amigos próximos que até já se terão divorciado oficialmente por diversas razões mas infidelidade será muito provável. Até conheceremos alguém na família que gosta de ser moralista mas mantém uma relação extra-conjugal de longa data.
E isto sem falar daquilo que garanto toda a gente ter, um amigo/a que foi traído/a pelo parceiro.

E nestas alturas, quando faço estas contas e chego a estas conclusões, começo a traçar cenários curiosos. Naquela malta impecável que vamos conhecendo, estatisticamente existe uma forte probabilidade de encontrarmos pessoas dispostas a trair o parceiro. Aquele gajo que trabalha alguns dias até mais tarde, se calhar anda a malhar numa colega de trabalho. Aquela rapariga que fica em casa porque ainda não encontrou emprego, se calhar recebe visitas de um moço que conheceu há pouco tempo, enquanto a mulher desse mesmo moço tem uma relação homossexual com a professora de música da filha deles, porque o marido da professora é um frouxo e não lhe dá o que ela precisa. Aqueles 2 colegas de trabalho que vão sempre tomar café juntos e têm uma certa cumplicidade, se calhar não são apenas bons amigos mas na verdade andam-se a comer enquanto os seus conjugues combinam jantares e saídas para os fins-de-semana pelo Facebook.
Enfim, um sem fim de cenários que me deixa as vezes a olhar de forma curiosa, e por vezes mesmo assustadora, para os conhecidos que vou encontrando.
E se calhar agora, vocês também vão olhar para os vossos da mesma forma.


Só para terminar, um apontamento completamente diferente, mas deixo agora para não ficar atrasado como da outra vez.
Falei aqui há dias do aparente desfasamento entre as más notícias sobre o Ébola e os dados positivos.
Pois eu também estava desfasado. Comentei que tinham aparecido as notícias da redução da taxa de contágio e já ela estava em queda há umas semanas, mas afinal os dados mostraram um novo aumento dos novos contágios. Repetiu-se o que tinha acontecido em Maio e tivemos nova inflexão na taxa de crescimento. Será que apenas tivemos a ilusão que o surto estava controlado? Ou estava mesmo mas mais uma vez perdeu-se o controlo? E perdeu-se por falhas nas medidas de contenção, desleixo ou o vírus terá mudado? Volto a esperar que as autoridades continuem atentas e actuem devidamente. E não andem ao sabor da opinião publica e dos media, porque parece que a percepção geral é sempre ao contrário da realidade.
Espero não ter que escrever daqui a uns tempos a tal dissertação "A morte que virá de África".